BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS),
admitiu que as chances de o presidente Michel Temer ser novamente
denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) "são as maiores do
mundo". Nesta segunda-feira, véspera da viagem de Temer à China,
Padilha disse esperar que a denúncia seja "bem fundamentada" e que o
Ministério Público Federal (MPF) cumpra a lei.
— Por óbvio que é
possível (a denúncia). Naturalmente ela tem que ser bem fundamentada —
declarou, completando: — (As chances são) as maiores do mundo em todos
os aspectos.
— O Ministério Público tem uma missão a cumprir, e se
espera que ele cumpra bem sua missão nos estritos limites da lei —
afirmou Padilha, que pediu também uma peça "bem fundamentada" contra o
presidente.
Quando foi questionado por jornalistas se a chance de denúncia contra Temer traz preocupação, o ministro apenas respondeu:
— O presidente estará viajando para a China.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem três semanas para
apresentar a denúncia contra o presidente, já que fica no cargo até o
próximo dia 17. Para substituir Janot, Temer escolheu Raquel Dodge,
vista como opositora a Janot no Ministério Público Federal.
Na
lista tríplice do MPF, ela ficou em segundo. A Constituição permite que o
presidente não escolha o primeiro da relação. Os ex-presidentes Luiz
Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, contudo, escolhiam o mais votado
pelos procuradores.
Há dois meses, Janot denunciou Temer por
corrupção passiva, mas a denúncia foi barrada em votação no plenário da
Câmara. Quando um presidente é denunciado, a acusação deve receber aval
da Casa antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir se aceita a
denúncia e, assim, torna o presidente réu, afastando-o do Palácio do
Planalto enquanto o caso é julgado, o que deve acontecer em até seis
meses. Temer ainda é investigado no Supremo por organização criminosa e
obstrução de Justiça.
O presidente viajará para a China nesta
terça-feira e voltará a Brasília na quarta-feira da semana que vem. Ele
fará uma visita de Estado em Pequim e participará do encontro do Brics
em Xiamen.
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