segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Padilha diz que chances de 2ª denúncia contra Temer ‘são as maiores do mundo’



Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha © REUTERS/Ueslei Marcelino Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha

BRASÍLIA - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), admitiu que as chances de o presidente Michel Temer ser novamente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) "são as maiores do mundo". Nesta segunda-feira, véspera da viagem de Temer à China, Padilha disse esperar que a denúncia seja "bem fundamentada" e que o Ministério Público Federal (MPF) cumpra a lei.

— Por óbvio que é possível (a denúncia). Naturalmente ela tem que ser bem fundamentada — declarou, completando: — (As chances são) as maiores do mundo em todos os aspectos.

— O Ministério Público tem uma missão a cumprir, e se espera que ele cumpra bem sua missão nos estritos limites da lei — afirmou Padilha, que pediu também uma peça "bem fundamentada" contra o presidente.

Quando foi questionado por jornalistas se a chance de denúncia contra Temer traz preocupação, o ministro apenas respondeu:

— O presidente estará viajando para a China.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem três semanas para apresentar a denúncia contra o presidente, já que fica no cargo até o próximo dia 17. Para substituir Janot, Temer escolheu Raquel Dodge, vista como opositora a Janot no Ministério Público Federal. 


Na lista tríplice do MPF, ela ficou em segundo. A Constituição permite que o presidente não escolha o primeiro da relação. Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, contudo, escolhiam o mais votado pelos procuradores.

Há dois meses, Janot denunciou Temer por corrupção passiva, mas a denúncia foi barrada em votação no plenário da Câmara. Quando um presidente é denunciado, a acusação deve receber aval da Casa antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir se aceita a denúncia e, assim, torna o presidente réu, afastando-o do Palácio do Planalto enquanto o caso é julgado, o que deve acontecer em até seis meses. Temer ainda é investigado no Supremo por organização criminosa e obstrução de Justiça.

O presidente viajará para a China nesta terça-feira e voltará a Brasília na quarta-feira da semana que vem. Ele fará uma visita de Estado em Pequim e participará do encontro do Brics em Xiamen.

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