Ninguém
falou que ia ser fácil. Todo o script-padrão a respeito do nervosismo de uma estréia
e a dificuldade do favorito – e, no caso, anfitrião – de desenvolver seu jogo
foi cumprido à risca na abertura da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, numa
Arena de São Paulo com mais de 62 mil pessoas. Teve gol contra, sufoco,
sofrimento e, graças sobretudo a Neymar e Oscar, uma vitória brasileira por 3 a
1, com dois gols do camisa 10.
Foi
a nona campanha de Copa do Mundo consecutiva que o Brasil iniciou com vitória –
desde 1982. A última vez que os brasileiros caíram na primeira partida foi em
1934. Agora, com a tensão da abertura passada para trás, é a vez de ir para a
seguinte: terça-feira, dia 17, diante do México.
Nos
primeiros minutos, sem conseguir tomar conta da partida, a Seleção de Felipão
abriu espaços e, em vez de exercer pressão como habitualmente faz sobre seus
rivais, desta vez a sofreu. Com dez minutos, em arrancada de Ivica Olic, pela
esquerda, seu cruzamento fez a bola, rasteira, cruzar toda a área. Quando
retornava para a cobertura, Marcelo esbarrou na bola e a desviou para dentro do
próprio gol: o primeiro gol contra brasileiro na história das Copas.
Foi
preciso que algum tempo se passasse e os nervos se assentassem, apesar desse
choque. Só assim o Brasil começou a criar como é capaz – e não foi pouco.
Depois da primeira chance aos 21, quando Paulinho bateu para boa defesa de
Pletikosa, o que se viu foi uma avalanche brasileira e, especificamente, de
Neymar Jr.. Primeiro foi uma linda jogada individual até a linha de fundo, após
a qual, no rebote, Oscar, de canhota, obrigou o goleiro croata a mais uma
defesaça. Depois, outra canhota, a do próprio Neymar, decretou o empate:
avançou, se livrou de dois jogadores e bateu rasteiro no cantinho. Primeiro gol
de um camisa 10 brasileiro em Copas desde Rivaldo em 2002 e aquele que fez a
Arena de São Paulo – como o Brasil todo – voltar a respirar.
O
problema é retornar com esse ritmo aos 45 minutos finais e não deixar o
nervosismo aparecer de novo. Tudo o que a primeira etapa teve de emocionante e
cheia de chances, o início da segunda teve de truncado. Quase não houve
oportunidades, e a defesa croata assumiu a posição de se trancar. Foi só numa
enfiada para Fred aos 24 minutos que o Brasil se aproximou para valer da área:
o centroavante foi derrubado por Lovren e, na cobrança, Neymar bateu à meia
altura, Pletikosa voou para espalmar... para dentro. Era o gol da virada e do
início de novo sufoco, ainda que sem chances reais, dos croatas. E, na dúvida,
no finalzinho, Oscar - que, contestado, jogou muita bola - fechou o placar ao
puxar um contra-ataque e concluir de bico no santinho direito.
Para
a história, pode acabar nem parecendo, ao olhar o placar, mas foi duro, e nem
haveria como ser de outra forma. Era, afinal, o maior campeão das Copas abrindo
a primeira edição em casa em 64 anos.
Fonte: FIFA


Nenhum comentário:
Postar um comentário