O
alto-comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
(ONU), Zeid Ra’ad Al Hussein, defendeu hoje (5) que países com surto do
vírus Zika autorizem o direito ao aborto em casos de infecção em
gestantes, uma vez que o quadro pode estar relacionado ao aumento de
bebês diagnosticados com microcefalia.
Segundo Hussein, garantir os
direitos humanos de mulheres nesse contexto é essencial para que a
resposta à emergência em saúde pública relacionada ao Zika seja efetiva.
“Isso requer que os governos garantam às mulheres, homens e
adolescentes o acesso a informações e serviços de saúde reprodutiva e
sexual abrangentes e de qualidade, sem discriminação”, disse, durante
coletiva de imprensa em Genebra.
Ainda de acordo com o porta-voz da
ONU, os serviços em questão envolvem a contracepção (incluindo a oferta
de pílula do dia seguinte), a saúde materna e o aborto seguro e legal.
“Claramente, conter a epidemia de Zika é um grande desafio para os
governos na América Latina”, disse. “Entretanto, a orientação de alguns
governos para que mulheres adiem a gravidez ignora a realidade de que
muitas delas simplesmente não podem exercer controle sobre quando e em
que circunstâncias ficar grávida.”
Por meio de nota, a própria ONU
reforçou que, em meio à contínua propagação do vírus Zika pelo mundo,
autoridades devem garantir que as respostas em saúde pública estejam em
conformidade com suas obrigações no campo de direitos humanos. A
entidade destacou ainda que uma relação causal entre os casos de
infecção pelo vírus, a microcefalia e casos de Síndrome de
Guillain-Barré ainda estão sendo investigados. (Agência Brasil)
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