Um grupo de 12 deputados do Partido
Democrata dos Estados Unidos divulgaram nesta quarta-feira (18) uma
carta pública em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em
que acusa o juiz Sergio Moro de persegui-lo por meio de decisões
“arbitrárias”.
A carta, obtida pela reportagem, é
endereçada ao embaixador do Brasil em Washington, Sergio Amaral, e
afirma que o ex-presidente está sendo “perseguido”. “Estamos
especialmente preocupados com a perseguição do ex-presidente Lula da
Silva, que viola as normas de tratados internacionais que garantem o
direito da defesa para todos os indivíduos.”
“Exortamos as autoridades federais do
Brasil a fazer todo o possível para proteger os direitos dos
manifestantes, líderes de movimentos sociais e líderes da oposição, como
o ex-presidente Lula”, diz a missiva.
Segundo o texto, o governo de Michel
Temer tem agido “para proteger figuras políticas corruptas, para impor
uma série de políticas que nunca seriam apoiadas em uma eleição nacional
e pressionar adversários nos movimentos sociais e nos partidos de
oposição.”
Na carta do grupo liderado pelo deputado
democrata John Conyers, os legisladores afirmam que “Lula se mantém
como uma das figuras políticas mais populares no Brasil de hoje e é
visto como uma série ameaça nas urnas por seus oponentes políticos”.
“Nos últimos meses, ele tem sido alvo de
uma campanha de calúnias e acusações não comprovadas de corrupção pelos
grandes veículos privados de mídia alinhados com as elites do país.”
Também assinam a missiva alguns
sindicatos e think tanks americanos, entre eles a central sindical
AFL-CIO, que tem mais de 12 milhões de membros. “Lula tem sido alvo de
um juiz, Sergio Moro, cujas ações parciais e arbitrárias tem ameaçado
seu direito de defesa.
Por exemplo, o juiz ordenou a prisão
arbitrária [a condução coercitiva, em março de 2016] do ex-presidente só
para servir de intimação, embora não houvesse nenhuma indicação de que o
ex-presidente não quisesse depor na Justiça. “
O texto critica também a PEC do teto de
gastos do governo Temer, dizendo que “vai reverter anos de avanços
econômicos e sociais”, além de atacar o impeachment de Dilma Rousseff.
Em julho, um grupo de deputados havia publicado uma carta contra o
processo de impeachment, assinada por 39 deputados democratas e 20
organizações.
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