O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) o acordo de delação premiada do empresário Lúcio
Funaro para homologação pelo ministro Edson Fachin, relator da operação
Lava Jato na corte, afirmou uma fonte à Reuters.
A colaboração
de Funaro havia sido assinada com a Procuradoria-Geral da República
(PGR) na terça-feira da semana passada, após três meses de negociações.
Janot pretende usar acusações a serem feitas do empresário em uma nova
denúncia contra o presidente Michel Temer.
Segundo a fonte, o
acordo, que está sob sigilo, terá de passar por homologação do STF
porque envolve autoridades com foro privilegiado na corte, como Temer,
ministros de Estado e parlamentares federais.
Pela praxe nesse
tipo de acerto, Funaro terá de confirmar a Fachin --ou a um juiz
designado por ele-- se todas as afirmações feitas foram prestadas de
forma livre, espontânea e sem qualquer tipo de coação.
Se for
homologada, a colaboração do empresário voltará para a PGR que deverá
usar as afirmações em denúncia contra Temer, pedir a inclusão das
acusações feitas por ele em investigações já em curso ou ainda requerer
ao Supremo a abertura de inquéritos contra autoridades com foro.
Funaro
foi preso há mais de um ano na Lava Jato e tentava desde o segundo
semestre do ano passado fechar uma delação. Contudo, as negociações com a
PGR só avançaram três meses atrás, quando ele contratou uma equipe de
advogados, comandados pelo criminalista Antonio Figueiredo Basto, com
experiência em colaborações premiadas.
Janot tem ainda três
semanas à frente do Ministério Público Federal --será substituído pela
subprocuradora-geral da República Raquel Dodge-- e deu indicações de que
fará uma nova acusação contra Temer. A Câmara barrou, no início deste
mês, autorizar o Supremo a julgar uma denúncia contra Temer por
corrupção passiva.
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