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A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, interrompeu a sessão da Corte nesta quarta-feira após uma discussão acalorada entre os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, que já têm histórico de desentendimentos.
“Me deixa de fora desse seu mausentimento. Você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com o
atraso e pitadas de psicopatia”, disse Barroso a Mendes, que fazia
críticas a respeito da decisão do próprio Supremo, que proibiu o
financiamento eleitoral de empresas.
Ele ironizou uma votação
conduzida pelo colega, a respeito de médicos e funcionários de uma
“clínica de aborto” em 2016. Na época, a 1ª Turma, em processo relatado
por Barroso, abriu precedente jurídico para que se absolvessem mulheres
acusadas de abortar que tivessem feito a interrupção até o terceiro mês
de gestação. Para Gilmar, o colega fez uma “manobra”, tal qual a
proibição das doações de pessoas jurídicas a candidatos e partidos.
“É
um absurdo Vossa Excelência fazer um comício cheio de ofensas,
grosserias. Vossa Excelência não consegue articular um argumento, fica
procurando. Já ofendeu a presidente (Cármen Lúcia), o ministro Fux,
agora chegou a mim. A vida para Vossa Excelência é ofender as pessoas.
Qual é a sua proposta? Nenhuma!”, continuou Barroso, exaltado.
“Vossa
Excelência nos envergonha. Vossa Excelência é uma desonra para o
Tribunal. É muito penoso para todos nós termos que conviver com Vossa
Excelência aqui. Vossa Excelência não tem nenhum patriotismo, está
sempre atrás de algum interesse que não é o da Justiça.”
Antes que
ele terminasse de falar, a ministra Cármen Lúcia interrompeu a sessão.
Quando ela já se levantava, Mendes insistiu que estava com a palavra e
rebateu: “Presidente, eu vou recomendar ao ministro Barroso que feche o
seu escritório de advocacia”.
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