O futuro político e jurídico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na pauta das entrevistas com os ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no Fórum Amarelas ao Vivo,
promovido por VEJA nesta terça-feira (24). Versão de palco das
tradicionais Páginas Amarelas da revista, o evento abordou “como as fake
news e as redes sociais vão afetas as eleições, o Brasil e você”.
Os
dois ministros admitiram que existem aberturas jurídicas que podem
permitir que Lula seja solto em breve e, até, candidato à Presidência da
República nas próximas eleições. As declarações foram feitas antes da
decisão da 2ª Turma do STF que, com um voto do ministro Gilmar Mendes,
determinou a retirada das citações a Lula na delação da Odebrecht da
competência do juiz Sergio Moro, o que pode acarretar uma eventual
anulação do processo no qual o ex-presidente foi condenado a 12 anos e
um mês de prisão.
Luiz Fux
Também presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luiz Fux conversou com o
redator-chefe Policarpo Júnior a respeito das estratégias da Justiça
Eleitoral para combater as fake news nas eleições.
Questionado
pela plateia se o ex-presidente Lula poderia disputar a Presidência,
Fux, defensor da Lei da Ficha Limpa, disse que responderia “em
abstrato”, avaliando que “o candidato condenado em segunda instância é
considerado inelegível”. No entanto, o presidente do TSE admitiu que
existe a possibilidade de que o STF conceda uma liminar ao petista para
que ele seja candidato.
“A lei prevê que, evidentemente, o acesso
ao Judiciário é uma cláusula pétrea, uma garantia de todo cidadão.
Evidentemente que, se o Supremo defere uma liminar e o TSE estando
abaixo dele, manda quem pode e obedece quem tem juízo”, afirmou.
Gilmar Mendes
O ministro Gilmar Mendes, entrevistado pelo
diretor de Redação de VEJA André Petry, disse não acreditar que a
reclamação do ex-presidente, que será votada no Plenário Virtual do
Supremo, deve ser a chave de Lula para abrir a porta da carceragem da
Polícia Federal em Curitiba. “Eu tenho a impressão que isso [reclamação]
já está prejudicado, na decisão que lhe negou o habeas corpus”.
Gilmar,
no entanto, afirmou que uma decisão da Turma teria o poder de dar a
liberdade do ex-presidente. Ele acredita que as questões levantadas pela
defesa a respeito da velocidade excessiva com que a prisão foi
decretada possa ser analisada em um novo habeas corpus. O magistrado
também cogitou a possibilidade de uma redução da pena de Lula, caso se
considere que os dois crimes imputados a ele (corrupção passiva e
lavagem de dinheiro) possam ser um único delito.
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