"Protesto contra cortes na Educação, na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 15 de maio, contou com a presença das Centrais Sindicais| Foto: DANILO M YOSHIOKA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO" Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/greve-geral-14-de-junho-previdencia-organizadores-paralisacao/ Copyright © 2019, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados. |
Cerca de 180 cidades de 25 Estados e o Distrito Federal registraram
protestos nesta 6ª feira (14.jun.2019) contra a reforma da Previdência, o
contingenciamento na educação e a atuação do ex-juiz e atual ministro
Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) na Lava Jato. O balanço (eis a íntegra) foi feito pela FSB Inteligência.
Segundo o balanço, a greve não foi geral, mas houve comprometimento de parte dos serviços essenciais, como o de transporte público.
As capitais brasileiras com maior mobilização foram São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Natal, Teresina, Maceió e Recife.
O
movimento foi liderado e organizado pelos seguintes movimentos e
instituições: Força Sindical, UGT (União Geral de Trabalhadores), CUT
(Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes),
CSP (Companhia Siderúrgica do Pecém), Ubes (União Brasileira dos
Estudantes Secundaristas), CTB, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do
Brasil), Nova Central, Conlutas, SindMotoristas, Intersindical, CSB
(Central Dos Sindicatos Brasileiros), Frentes Brasil Popular e Povo Sem
Medo.
Participaram da greve classes de trabalhadores dos setores
bancários, rodoviários e metroviários, além de professores da rede de
ensino público.
De acordo com o balanço, na mídia, a cobertura da greve foi dividida com a repercussão da leitura do relatório da reforma da Previdência e os desdobramentos sobre a demissão do general Santos Cruz da Secretaria de Governo.
Segundo a FSB Inteligência, a percepção de que a greve não “pegou” predominou ao longo do dia nas TVs e nos veículos on-line. Termos como “pontual” e “parcial” foram utilizados com frequência para descrever o protesto.
Outro estudo da FSB Inteligência (eis a íntegra)
aponta que no Twitter predominaram as hashtags #GreveGeral (96 mil
tweets), #Dia14BrasilTrabalha (70 mil tweets) e #GreveGeral14j (19 mil
tweets) em torno do assunto.
Já no Facebook, foram mais de 13 mil postagens e 209 mil interações em torno da greve geral. Eis abaixo como foram as paralisações nas principais cidades do país:
Brasília
Desde o início da manhã desta 6ª feira (14.jun), ônibus pararam de circular na capital do país.
O DFTrans (Transporte Urbano do Distrito Federal), autarquia
responsável por controlar e avaliar o transporte público, estima que
todo a categoria paralisou.
O Metrô-DF funcionou de forma
reduzida. Funcionários estão em greve há 46 dias. Uma liminar do TRT-DF
(Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal) obriga 1 percentual
mínimo de trabalho. Segundo o SindMetrô-DF (Sindicato dos Trabalhadores
em Empresas de Transportes Metroviários do Distrito Federal), a decisão
judicial está sendo respeitada.
A Rodoviária do Plano Piloto amanheceu sem ônibus em dia de greve geral.
As
aulas nas escolas públicas também foram impactadas pela paralisação.
Segundo o Sinpro-DF (Sindicato dos Professores no Distrito Federal),
cerca de 70% dos professores aderiram ao movimento. Além da pauta
nacional, contra a Reforma da Previdência e o contingenciamento feito no
orçamento do Ministério da Educação (MEC), os professores do DF
reivindicam uma série de pautas locais. Entre elas, a construção e
reforma de escolas e o reajuste salarial de 37%.
O Sindicato dos
Bancários de Brasília também aderiu à greve. Segundo a Febraban
(Federação Brasileira de Bancos), em todo o país foram registrados “casos pontuais de não funcionamento de agências em função da greve”.
Na saúde pública não houve paralisações.
São Paulo
O
Metrô de São Paulo ficou parcialmente paralisado devido a adesão dos
trabalhadores à greve contra a reforma da Previdência. A Linha 1 – Azul,
funcionava na manhã desta 6ª feira (14.jun), entre as estações Luz e
Saúde, deixando a zona norte da cidade descoberta pelo serviço. A Linha 3
– Vermelha operava entre as estações Marechal Deodoro e Tatuapé,
deixando sem o transporte parte da zona leste e impedindo a interligação
dos ônibus e trens metropolitanos na Estação Barra Funda. A Linha 2 –
Verde manteve a maior cobertura, circulando entre as Clínicas e o Alto
do Ipiranga. O Monotrilho, Linha 15 Prata, foi completamente paralisado.
Parte
do serviço de ônibus intermunicipais que atende a região metropolitana
da capital também parou. De acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de
Transportes Urbanos de São Paulo), a greve afetou as linhas que atendem
os municípios de Guarulhos, Arujá e Itaquaquecetuba, com a interrupção
das atividades em sete empresas da região.
Os ônibus e a CPTM
(Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) funcionaram normalmente. Na
4ª feira (12.jun), a Prefeitura de São Paulo havia obtido uma liminar
na Justiça para impedir a adesão dos cobradores e motoristas à greve. As
linhas Lilás e Amarela do Metrô, que são operadas por empresas
privadas, também funcionaram normalmente.
A cidade também
enfrentou manifestações em diversos pontos. Segundo a CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego), os protestos interferiram na circulação das
avenidas João Dias, na zona sul, na Francisco Matarazzo, na zona oeste,
Dona Belmira Marin (zona sul), Santos Dummond (zona norte), Vinte e Três
de Maio (centro) e no Elevado Costa e Silva, também no centro. Em
alguns desses pontos foram feitas barricadas com pneus em chamas para
impedir a passagem dos veículos.
Parte dos trabalhadores do
sistema bancário também aderiu à paralisação. Com isso, agências em
diversas partes da cidade amanheceram fechadas. O Sindicato dos
Bancários de São Paulo, Osasco e Região, afirma que a greve também
atingiu centros administrativos do Banco do Brasil, Santander, Bradesco,
Caixa Econômica e Itaú.
Na rede de ensino, o secretário estadual
de Educação, Rossieli Soares, informou que apenas 74 escolas ficaram
completamente paralisadas na manhã de hoje e outros 101 estabelecimentos
funcionaram parcialmente. A rede estadual conta com 5,4 mil escolas.
Rio de Janeiro
Duas
rodovias foram ocupadas por manifestantes na capital fluminense. O
principal protesto foi realizado pela manhã, na BR-101, na altura do
município de Campos. A rodovia ficou totalmente fechada por quase 3
horas: das 5h às 7h46. A BR-040, que liga a capital à região serrana)
ficou parcialmente fechada, na altura do quilômetro 113, próximo à
Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Duque de Caxias.
Na capital,
manifestantes fecharam parcialmente a Avenida Brasil, na altura do
Caju, próximo ao centro. A polícia usou bombas de efeito moral para
dispersar a multidão. O trânsito foi liberado pouco antes das 8h,
causando engarrafamento com reflexos na zona norte e em Niterói. O
trajeto pela ponte Rio-Niterói, que normalmente é feito em 20 minutos,
chegou a mais de uma hora, no sentido Rio de Janeiro. Foram registrados
protestos também em Niterói.
Pouco depois das 18h, uma passeata
marcou o dia de greve geral. Os manifestantes ocuparam a Avenida
Presidente Vargas e foram em passeata à Central do Brasil. Portando
faixas e cartazes com críticas à reforma da Previdência e contra o
contingenciamento de recursos para a educação, estudantes, sindicalistas
e trabalhadores gritavam palavras de ordem contra as mudanças
propostas. O policiamento na região foi reforçado.
Quando os
manifestantes chegaram em frente ao Comando Militar do Leste, houve o
disparo de um foguete em direção ao prédio do comando. Em resposta,
foram lançadas bombas de gás e efeito moral. O local estava cercado com
grades, soldados da cavalaria e dois blindados. Policiais militares
também lançaram bombas de gás para dispersar os manifestantes, que
recuaram em direção à Avenida Rio Branco.
Região Sul
Manifestantes
contrários à reforma da Previdência bloquearam totalmente os dois
sentidos do Contorno Sul de Curitiba, das 7h às 9h. Outro bloqueio
ocorreu na BR-476, em Araucária, nas imediações da Petrobras. Os
manifestantes interromperam o trânsito na rodovia por cerca de uma hora.
Policiais rodoviários federais estiveram no 2 locais para garantir a segurança dos motoristas.
Bolsonaro comenta greve
Durante 1 café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro foi questionado sobre a greve. O presidente disse ver o movimento como algo natural. “[Vejo] com muita naturalidade. Quando resolvi me candidatar, sabia que ia passar por isso”, disse.
Sobre
reforma da Previdência, alvo das paralisações de hoje, Bolsonaro voltou
a defender a importância das mudanças nas regras da aposentadoria, sem
as quais os empresários não terão “segurança para investir”.
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