O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) afirmou aos seus advogados ter tomado conhecimento somente na
segunda, 10, sobre o vazamento das conversas entre integrantes da
força-tarefa da Lava Jato com o ex-juiz Sergio Moro.
Segundo disse a VEJA José Roberto Batochio, um dos defensores do
petista, seu cliente ficou bastante surpreso com dois pontos: a rapidez
em que “a verdade foi revelada” e a “tamanha promiscuidade” demonstrada
pela troca de mensagens.
“O presidente acreditava que isso não viesse à tona tão rapidamente
porque o esquema aqui (em Curitiba) é tão bem estruturado, tão
organizado, que era praticamente impugnável. E não mais que de repente o
jornalismo iluminou esse episódio que era secreto, assustador, que se
verificava nesse país”, disse o advogado.
Batochio, que ficou por cerca de duas horas com Lula na manhã desta
terça, 11, também afirmou ter causado estranheza o fato de Moro ter dito
que as conversas entre defesa e acusação são comuns ao magistrado, já
que ele mesmo teve uma visita recusada pelo atual ministro da Justiça,
quando do primeiro depoimento de Lula à Justiça Federal, em maio de
2017.
Mensagens divulgadas no último domingo, 9, pelo site The Intercept Brasil, mostraram que o então juiz Sergio Moro e o procurador federal Deltan Dallagnol trocavam colaborações quando integravam a operação.
Ambos discutiam processos em andamento e comentavam pedidos feitos à Justiça pelo Ministério Público Federal.
Após
a publicação das reportagens, a equipe de procuradores da operação
divulgou nota chamando a revelação de mensagens de “ataque criminoso à
Lava Jato”. Moro também negou que haja no material revelado “qualquer
anormalidade ou direcionamento” da sua atuação como juiz.
Batochio
e Cristiano Zanin, outro defensor de Lula que esteve presente na
carceragem da PF em Curitiba, discutiram a estratégia que pretendem
adotar a partir da revelação do conteúdo das mensagens.
Os
advogados afirmaram que a defesa ainda está estudando novos recursos,
mas espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise os habeas corpus
já impetrados pelos advogados.
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