quinta-feira, 25 de julho de 2019

‘A perda é grande mas continuamos lutando’, diz familiar de vítimas de deslizamento em Abreu e Lima

Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Na manhã desta quinta-feira (25) parentes das vítimas de Caixa D’Água, em Olinda e da família que foi soterrada em Caetés, em Abreu e Lima, compareceram ao Instituto de Medicina Legal, em Santo Amaro, para aguardar a liberação dos corpos dos entes queridos.

Em Caetés I, Abreu e Lima, quatro membros da família Silva também foram vítimas de deslizamento, entre eles Maria Eduarda Silva, de 21 anos. O irmão dela, Sivonaldo Luis da Silva, não vivia com os irmãos, mas costumava frequentar todos os dias a casa em que viviam. “A situação agora é péssima, só tenho a minha mãe, que está internada em estado grave no Hospital Miguel Arraes”, lamenta. Sivonaldo estava a espera do primeiro sobrinho, e relembra do chá de bebê, que ocorreu no mês passado.

A família de Maria Eduarda se queixa de problemas para liberar os corpos, que ainda não tem previsão para saírem do IML. O irmão de Maria Eduarda e a tia dela, Vanusa Maria dos Santos, querem enterrar o pai e os três filhos em Camocim de São Felix, no Agreste pernambucano. Eles devem contar com o auxílio funerário, que ainda não foi liberado. “A perda é grande mas continuamos lutando para enterrar os quatro juntos”, desabafa Vanusa Maria, que cobra assistência dos órgãos públicos. “Da mesma maneira que nos ajudaram lá, precisam nos auxiliar agora”.


Elisângela Alves, de 43 anos foi uma das vítimas soterradas pelo deslizamento no bairro de Caixa D’Água, em Olinda. A irmã dela, Eliane Alves chegou cedo pela manhã no IML para ter notícias do corpo da irmã. “Estou muito cansada, não aguento mais. É muito sofrimento”, descreveu segurando as lágrimas. A vítima deixou dois filhos de 16 e 25 anos.

A irmã de Elisângela ficou sabendo da tragédia por telefone. Às 3h10 da madrugada o sobrinho caçula de Eliane, Gustavo, de 16 anos, ligou. “Ele falou, ‘tia a barreira caiu e minha mãe morreu’, e eu não acreditei. Como podia se ela não morava perto de barreira? Até agora estou sem acreditar”.

Na noite do acidente, Eliane falou com a irmã por mensagem. “Ela era muito brincalhona e tinha me chamado para dormir lá. Por sorte não fui, e nem Gustavo estava lá, se não todo mundo tinha ido embora”. Além de Elisângela, o filho mais velho de 25 anos estava na casa no momento do deslizamento, mas sobreviveu. O corpo de Elisângela deve ser enterrado no bairro de Beberibe, Zona Norte do Recife.

 |FolhaPE|

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