segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Com seca, reservatórios ficam vazios no Sertão de Pernambuco

seca nos reservatórios
Os reservatórios do Sertão de Pernambuco estão praticamente secos. Com a estiagem que atinge 2/3 dos municípios do estado, parte da população tem dependido exclusivamente da ajuda de carros-pipa. Em alguns locais, como Terra Nova, o açude que abastece a cidade está vazio há dois anos.
Nem mesmo a população que mora às margens do Rio São Francisco tem abastecimento de água regular. Em Petrolina, o açude de Vira Beijú, com capacidade para armazenar 11,8 milhões de metros cúbicos, está totalmente seco. Com isso, as comunidades rurais de Barra da Jurema, Cruz do Valério, Viração, Primazia, Riacho e Cacimba Velha têm contado com o abastecimento exclusivo por carros-pipa.
Além do açude de Vira Beijú, Cleidimar de Sousa, de 48 anos, moradora da comunidade de Barra da Jurema, diz que o açude de Cruz de Salinas, que tem capacidade para 4 milhões de metros cúbicos, também está seco na região. “Onde não passa água da adutora do canal do Rio Pontal, todo o sistema de abastecimento está sendo feito através de carros-pipa. 
Recebemos água uma vez por mês e essa quantidade abastece as cisternas da região. Mas esse abastecimento é feito de forma precária. Há três anos não temos plantações. Tínhamos milho e feijão. Muitos animais morreram e as roças estão sem produção”, diz.
Em Parnamirim, os dois reservatórios que abastecem a cidade e a área rural estão em colapso. Isso acontece quando o nível de água está muito abaixo da comporta da barragem. O açude de Entremontes, com capacidade de 339,33 milhões de metros cúbicos, está com apenas 1,5% do total. A barragem do Chapéu, que pode armazenar até 188 milhões de metros cúbicos, está com 7,4% da capacidade, de acordo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).
Vilma Freire Agra, de 67 anos, que mora na Fazenda Estoque, diz que o reservatório da propriedade está vazio porque depende da água da barragem do Chapéu. “Há dois meses as comportas não são abertas para economizar água na barragem. Por isso, os açudes menores ficam todos secos”, reclama.
Em Terra Nova, a barragem Nilo Coelho, a maior do município, tem capacidade para armazenar 22,7 milhões de metros cúbicos, mas está vazia há dois anos. Para perenizar o açude, a Prefeitura diz que a solução é a transposição do Rio São Francisco, cujas obras estão atrasadas.
Já em Araripina, os reservatórios vêm sofrendo baixa no volume desde 2011. O principal deles, a barragem Lagoa do Barro, com capacidade para armazenar 23 milhões de metros cúbicos, está com 6 milhões. A barragem do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), também dentro do município, com capacidade para 4 milhões de metros cúbicos, está completamente vazia.
Segundo o analista de recursos hídricos da Apac, Roni Melo, o nível dos reservatórios do Sertão têm caído em razão da falta de precipitação. De acordo com os meteorologistas da Apac, de janeiro a abril de 2012, o volume de chuva ficou 68% abaixo da média. A situação se repetiu neste ano: o volume ficou 66% abaixo da média.
A Apac não faz o monitoramento de todos os açudes e barragens do estado. Mas, em 50 deles, uma pessoa é contratada pelo governo para auxiliar no trabalho. Outros 40 reservatórios são monitorados por computador automaticamente, de hora em hora, com uma plataforma de coleta de dados, que mede o nível de água. (Blog do Bruno Morais)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

O distrito de Vermelhos vai receber a primeira Rádio Comunitária do município de Lagoa Grande no sertão de Pernambuco

   Imagem ilustrada Nos próximos dias a comunidade de Vermelhos deverá receber a primeira Rádio Comunitária do município de La...