São Paulo – Em depoimento à Procuradoria Geral da República, o
operador financeiro Lúcio Funaro afirmou que parte da propina que
chegava a Eduardo Cunha era repassada ao presidente da República Michel
Temer. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
“Tenho
certeza que parte do dinheiro que era repassado, que o Eduardo Cunha
capitaneava em todos os esquemas que ele tinha, dava um percentual
também para o Michel Temer”, afirma Funaro em depoimento, cujo vídeo foi
divulgado no site do jornal.
Na gravação, o delator relata ainda
que seu escritório em São Paulo ficava muito próximo ao de Temer e ao do
advogado José Yunes, ex-assessor do presidente, e que isso facilitava
os repasses de propina.
“O Altair [Altair Alves Pinto, emissário
de Cunha] às vezes comentava que tinha que entregar um dinheiro para o
Michel. O escritório do Michel é atrás do meu escritório. O lugar onde
era localizado o meu escritório era muito bom para o Eduardo porque era
próximo ao escritório do José Yunes, que era uma das pessoas que às
vezes arrecadava dinheiro, que ia pegar dinheiro pro Michel Temer”, diz
Funaro.
Em comunicado enviado à Folha, o Palácio do Planalto
afirmou que Michel Temer não fazia parte da “bancada de ninguém”,
referindo-se a Eduardo Cunha, e que “toda e qualquer afirmação nesse
sentido é falsa”.
A defesa de Yunes afirmou que “Lúcio Funaro já
faltou com a verdade em inúmeras oportunidades” e disse ainda que o
delator será processado por denunciação caluniosa.
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