A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira
que vai apresentar informações referentes à delação do empresário Lúcio
Funaro para reforçar um pedido de anulação do impeachment da petista em
tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em delação, Funaro
afirmou que repassou ao então presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), 1 milhão de reais para comprar apoio de
deputados favoráveis ao afastamento de Dilma.
Detalhes da delação
do empresário foram tornados públicos nos últimos dias após a divulgação
do vídeo da colaboração de Funaro, que consta do procedimento que corre
na Câmara a respeito da segunda denúncia contra o presidente Michel
Temer.
Para o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo
Cardozo, desde o início do processo de impeachment da petista a defesa
tem sustentado que o afastamento dela é nulo porque foi baseado em
"decisões ilegais e imorais" tomadas por Cunha e por todos os
parlamentares que queriam evitar a "sangria da classe política
brasileira".
"Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro,
ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de
parlamentares em favor do impeachment", afirmou Cardozo.
Segundo o defensor, ele vai requerer na terça-feira a juntada dessa
"prova" ao mandado de segurança que Dilma apresentou ao Supremo para
anular o impedimento e cujo mérito ainda não foi julgado pela corte.
"Entendemos
que na defesa da Constituição e do Estado Democrático de Direito, o
Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a respeito,
determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório
desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado
crimes de responsabilidade", afirmou.
Em outubro passado, o
ex-ministro do STF Teori Zavascki, então relator do mandado de
segurança, negou pedido de liminar feito pela defesa de Dilma. O
julgamento do mérito do recurso, agora relatado pelo ministro Alexandre
de Moraes, nomeado por Temer para uma cadeira no Supremo, ainda não
ocorreu.
(Reportagem de Ricardo Brito)
Nenhum comentário:
Postar um comentário