A Feira SemiáridoShow 2017 tem
programado eventos que vão debater alternativas de valorização da
paisagem e da cultura das áreas secas no interior do Nordeste. Um deles
será o seminário ”Turismo rural: Opção de Ocupação e Renda no
Semiárido”. O objetivo é fomentar a estruturação da atividade que tem
potencial para promover mudanças expressivas na qualidade de vida, na
conservação do meio ambiente e estimular o empreendedorismo individual
ou comunitário.
Uma das organizadoras do evento, Gislane
Gava, professora do Instituto Federal Sertão Pernambucano (IF-Sertão),
explica que a Caatinga, bioma exclusivo do Brasil, “tem aspectos
naturais, históricos e culturais muito originais que, por si sós, têm
vasto apelo turístico”.
Atualmente, afirma, são vários os
roteiros espalhados pelas áreas rurais da região que atraem visitantes
vindos de diferentes estados do país e até do exterior em busca de bens e
serviços agrícolas.
Esse é um turismo que põe as pessoas em
contato direto com atividades rurais e os usos e costumes da população
local, diz Nadja de Araújo Batista, que atua há mais de 20 anos como
guia de turismo no Submédio do Vale do São Francisco. É um desafio que,
se bem resolvido, garante o sucesso de empreendimentos nessa área, que
complementam as atividades rurais tornando-as rentáveis e atrativas. É a
definição de roteiros que, previamente trabalhados e organizados,
favoreçam a interação do visitante com o cotidiano do sertanejo nas suas
muitas atividades e dinâmicas sociais.
De maneira geral, uma forma de
proporcionar esses encontros são os passeios pelas “surpreendentes” e
variadas “indústrias caseiras” comandadas por hábeis cozinherias/os que,
não poucas vezes, processam artesanalmente queijos frescos, doces e
manteigas, com base em receitas experimentadas por gerações de uma mesma
família, além da saborosa gastronomia regional. Outro diferencial é a
cultura popular e suas festas tradicionais que de forma genuína podem
ser vivenciadas pelos visitantes, destaca Nadja….
De acordo com professora do IF-Sertão,
os negócios em torno desse comércio quase sempre informal, se estende
também ao extrativismo de frutas nativas de época, ao cultivo de hortas e
passeios em meio natural e representam percentual expressivo na
composição de renda dos agricultores e de suas comunidades.
A programação do seminário articula
segmentos importantes da área e põe em discussão o universo de
possibilidades que possui para fomentar o desenvolvimento rural. Em
pauta, temas como os sistemas agrícolas tradicionais, ambiente de
negócios e geração de renda a partir dessa atividade, que serão
abordados por especialistas da Embrapa, do IF-Sertão, da SECULTE
(Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes de Petrolina-PE) e da
CRIAtur.
O evento ainda terá espaço para
demonstração de práticas que estimulam esse turismo no estande da
Criatur instalado na área dinâmica da Feira. O público convidado é um
dos aspectos relevantes para que se alcance um dos objetivos do
seminário: a criação de “um grupo de trabalho representativo para pensar
o turismo rural em consonância com a área urbana e definir propostas
para o seu desenvolvimento com responsabilidade e sustentabilidade”,
explica Gislane Gava.
Para o seminário é esperado a presença
de agricultores, empresários instituições de desenvolvimento e fomento,
organizações governamentais e não-governamentais – ONGs, estudantes e
profissionais das áreas agrárias de administração, turismo, hotelaria,
gastronomia. além de empreendedores potenciais e profissionais
interessados sobre o tema.
De acordo com Gilberto Pires, técnico da
Embrapa Semiárido, o tema do seminário foi escolhido inspirada na
decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) que declarou 2017 o Ano
Internacional do Turismo Rural e solicitou a sua discussão em eventos de
grandes proporções.
A Organização Mundial do Turismo estima
que, atualmente, pelo menos 3% de todos os turistas do mundo orientam
suas viagens para o turismo rural. Prevê também que o crescimento anual
de aproximadamente 6% denota uma nova tendência global, onde o turista,
ao viajar, deixa de ser mero expectador para vivenciar experiências que
levam a ter maior inserção no meio rural, um contato mais personalizado
e, sempre que possível, uma participação nas atividades desenvolvidas,
nos usos e costumes de vida da população do campo, explica Gislane.
Acesse aqui para conhecer a programação completa da 7ª edição do SemiáridoShow.
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