O bioma Caatinga é o único ecossistema integralmente brasileiro e está no mesmo patamar de importância da Amazônia e Pantanal. Nele existem pelo menos 4,5 mil espécies vegetais, embora se acredite que o número seja ainda maior. Segundo o biólogo e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf, Campus de Ciências Agrárias, Petrolina, PE), José Alves de Siqueira, 41% da região nunca foi investigada. Apesar da relevância para a população local, a Caatinga sofre com invasões de espécies não nativas, desmatamento e degradação ambiental.
Com o objetivo de
reflorestar o bioma, incluindo a recuperação das matas ciliares do Rio
São Francisco, a Agrovale e o Centro de Referência para Recuperação de
Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD), da Univasf, iniciaram um projeto de
parceria, em 2016, que já apresenta os primeiros os resultados. “A
invasão biológica da algaroba, por exemplo, é atualmente um dos maiores
gargalos para a recuperação de matas ciliares do Velho Chico. Os
esforços concentrados da Univasf com a Agrovale têm potencial para
diminuir os impactos negativos da algaroba em nosso ecossistema”, diz
José Alves de Siqueira, que é autor do livro ‘Flora das Caatingas do Rio
São Francisco (2012)’ e vencedor do Prêmio Jabuti 2013 na categoria
Ciências Naturais.
De acordo com a
coordenadora da Agrovale, Thaisi Tavares, responsável pelo setor de Meio
Ambiente e Qualidade da empresa, a ação conjunta tem efeitos práticos
para os cidadãos de Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e cidades vizinhas.
“Ao buscarmos a conservação das espécies e a reintrodução de espécies
nativas, conseguimos um meio ambiente mais agradável, gerando oxigênio
mais limpo e temperaturas mais equilibradas”, salienta.
A perspectiva de
duração desta parceria é de cinco anos e envolve uma equipe
multidisciplinar de biólogos e engenheiros agrônomos. Nesse período,
será acompanhado o desenvolvimento de espécies típicas das matas
ciliares como jatobá, ingazeira e o marizeiro, a partir do manejo dos
locais invadidos pelas algarobas. Ainda durante o trabalho, serão
identificados os melhores modelos para a recuperação das áreas
ribeirinhas do Velho Chico. (Blog do Vinícius)
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