O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato
em Curitiba, chegou a idealizar um monumento em homenagem à operação na
capital paranaense, mostram novas mensagens obtidas pelo site The
Intercept Brasil e divulgadas pelo jornal 'Folha de S.Paulo', nesta
quarta-feira, 21.
O plano, jamais concretizado, era visto como uma estratégia de marketing
e seu objetivo era promover um concurso para uma escultura que também
simbolizasse as mudanças defendidas pelos procuradores da força-tarefa,
como a reforma política e o projeto de Dez Medidas Contra a Corrupção,
elaborado pelo Ministério Público Federal.
“A minha primeira ideia é esta: Algo como dois pilares derrubados e
um de pé, que deveriam sustentar uma base do país que está inclinada,
derrubada. O pilar de pé simbolizando as instituições da justiça. Os
dois derrubados simbolizando sistema político e sistema de justiça…”,
escreveu, no aplicativo Telegram.
Dallagnol chegou a procurar o então juiz federal Sergio Moro. “Isso
virará marco na cidade, ponto turístico, pano de fundo de reportagens e
ajudará todos a lembrar que é preciso ir além… Posso contar com seu
apoio?”, questionou. O ex-juiz, entretanto, não deu eco à empolgação do procurador.
“Melhor deixar para depois. Em tempos de crise, o gasto seria
questionado e poderia a iniciativa toda soar como soberba”, escreveu
Moro. Para ele, iniciativas que pudessem parecer homenagem deveriam vir
de terceiros. Deltan chegou a insistir e argumentou que não seria usado
dinheiro público.
O MPF disse que “diversas iniciativas” são
cogitadas pelos integrantes de uma força-tarefa ou de fora dela, mas que
muitas não se concretizam “pelas mais variadas razões”. Em nota ao
jornal, o órgão acrescentou que os procuradores defendem de forma
reiterada reformas para reduzir a corrupção e a impunidade.
A
assessoria do órgão também reafirmou que os procuradores não reconhecem
as mensagens que são atribuídas aos integrantes da Lava Jato e que o
material é fruto de um crime cibernético, “sujeito a distorções,
manipulações e descontextualizações.”
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