O temporal que atingiu Uberlândia, no Triângulo Mineiro, na última quarta-feira (29) deixou um prejuízo de R$ 9.797.782,90 para a cidade. O número foi divulgado durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (3) pelo prefeito Gilmar Machado. Dos gastos, R$ 1,1 milhão vai ser destinado para a recuperação das 32 escolas afetadas pela chuva e R$ 4,4 milhões para a recuperação das vias.
De acordo com o prefeito, o governo federal se propôs a ajudar o município e assumiu R$ 2 milhões do valor que será gasto nas vias. Em janeiro deste ano, também por causa de uma chuva, a Prefeitura teve que reembolsar R$ 2 milhões para conter os transtornos. Devido aos gastos que não estavam previstos no orçamento, o prefeito não descartou a possibilidade de ter que adiar alguns projetos.
O valor divulgado será utilizado para o pagamento dos serviços emergenciais, ou seja, para deixar a cidade como ela estava anteriormente. Segundo Gilmar Machado, há a necessidade de fazer um estudo para uma possível ampliação da drenagem e escoamento nas vias mais prejudicadas.
O município não decretou estado de emergência, pois o prejuízo foi inferior a 2,7% do orçamento (equivalente a R$ 24 milhões). Por esse motivo, segundo a administração, a cidade terá que arcar todos os gastos. Gilmar Machado irá nesta terça-feira (3) à Brasília para viabilizar ajuda junto aos Ministérios.
Sobre a Avenida Rondon Pacheco, uma das mais prejudicadas pelo temporal, o prefeito ressaltou que uma equipe trabalha para tentar entregar as obras até o fim desta semana. Não foi contabilizado um prazo para reparar todos os estragos gerados na cidade.
Para evitar novos desastres com o aumento do perímetro urbano, o prefeito determinou que os próximos investimentos imobiliários devam iniciar as construções juntamente com as áreas verdes, para ampliar a capacidade de permeabilização do solo e reduzir a quantidade de acúmulo de águas pluviais.
O prefeito ainda ressaltou que o município fará a fiscalização de imóveis situados na Avenida Rondon Pacheco para inibir ligações irregulares de esgoto nas redes de drenagem pluvial. Em casos de chuva intensa, o sistema fica entupido e começa a jorrar o esgoto na pista.
Temporal
Durante o temporal de quarta-feira (29 de março), o Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, responsável pelo Laboratório de Climatologia, informou que houve uma precipitação de 120 milímetros na cidade, índice três vezes maior do que o previsto para todo o mês. Desde 1995 não havia um temporal similar.
Segundo a coordenadora da Defesa Civil, Flávia Carvalho, os bairros mais afetados pela chuva foram Dona Zulmira, Roosevelt, Maravilha, Daniel Fonseca, Martins e Tibery e, apesar da quantidade de destelhamentos, quedas de árvores, quedas de muros, inundações e alagamentos, não houve vítimas graves nem fatais em decorrência da forte chuva.
Flávia Carvalho ainda destacou que 32 escolas e algumas unidades de saúde foram prejudicadas pelo temporal, mas as aulas nem os atendimentos foram comprometidos. Onze famílias ficaram desalojadas e 160 residências foram prejudicadas.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Trabalho continua arrecadando donativos para as famílias que foram prejudicadas. De acordo com o secretário da pasta, Murilo Ferreira Alves, mais de duas toneladas de roupas, utensílios e alimentos já foram recebidos. As doações podem ser realizadas no Centro de Bairro Lagoinha, situado na Rua São Francisco, nº 1070.
Custos de recuperação
Instalações públicas de saúde: R$ 850 mil
Instalações públicas de ensino: R$ 1,1 milhão
Instalações públicas de uso comunitário (Teatro Municipal): R$ 422 mil
Unidades habitacionais de população de baixa-renda: R$ 480 mil
Obras de infraestrutura pública: R$ 4,8 milhões
Esgotos: R$ 31 mil
Limpeza urbana: R$ 278 mil
Transportes locais, regionais e de longo curso: R$ 1,7 milhão
Segurança pública: R$ 38 mil
(G1)
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