De
acordo com o Blog de Josias de Souza, Eduardo Campos, o presidenciável do PSB,
foi acusado nesta segunda-feira de atentar contra a democracia partidária. A
acusação não partiu de nenhum inimigo. Foi feita, de forma velada, por uma
prima do candidato, Marília Arraes. Ela é vereadora do PSB, em Recife. O pano
de fundo da encrenca é uma disputa pelo comando da JSB-PE, o braço da Juventude
do PSB em Pernambuco. Em nota veiculada no Facebook, a vereadora Marília
insinuou que o primo ilustre age para transformar um de seus filhos, João
Campos, em Secretário Estadual da JSB.
Trata-se
do posto máximo da juventude socialista pernambucana. No texto que pendurou na
web, Marília Arraes anotou que duas chapas haviam se formado para disputar a
direção da JSB. “O processo, no entanto, está sendo comprometido”, anotou a
prima de Eduardo Campos. Sem citar nomes, ela foi ao ponto: “Existe uma
articulação maior para que outro jovem, sem envolvimento na juventude
partidária, assuma o posto de Secretário Estadual da JSB-PE, cargo principal,
por meio do qual terá assento na Executiva Estadual do PSB”. Ouvido pelo repórter Gilberto Prazeres, o presidente do
diretório do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes, confirmou: João Campos deve
mesmo assumir o comando da juventude socialista.
Tentou,
porém, afastar a aura de favorecimento. “Ele está fazendo o caminho dele”,
disse Sileno. “Construiu o consenso democraticamente e não pode ser penalizado
por ser filho de Eduardo.” A vereadora Marília Arraes escreveu coisa diferente:
“Ora, como podemos propor a formação de novos quadros, se impedimos a juventude
de se organizar, articular e, por fim, legitimar a sua própria postulação? Ou
devemos ensinar à nossa juventude (inclusive ao jovem beneficiado!) que é
natural ao processo político ser escolhido por alguém influente? […] A escola
política em que cresci não me ensinou esta fórmula”. Até a memória do avô de Marília e de Campos foi evocada:
“Talvez por ter tido intensa convivência com meu avô, Miguel Arraes,
principalmente nos seus últimos anos de vida, tive a oportunidade de
compartilhar com ele o ideal de que um partido bem estruturado, que forme
quadros preparados e politizados, é essencial para a consolidação da nossa tão
jovem democracia”, escreveu a prima de Eduardo Campos.

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