terça-feira, 3 de junho de 2014

Novo Recife põe Luciano Siqueira e Geraldo Júlio em lados opostos.

O vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB) divulgou, na noite de ontem (02), uma nota na qual garante que seu partido, alvo de diversas críticas nas últimas semanas, “valoriza o processo democrático e defende a busca de soluções para o impasse quanto ao uso do território do Cais José Estelita, assim como a ocupação do terreno ao lado da linha férrea no Cabanga”. A situação, inicialmente ignorada pelos grandes veículos de comunicação do estado devido ao envolvimento de duas grandes construtoras e financiadoras de campanhas políticas, entre elas a do prefeito Geraldo Júlio (PSB), tem chamado a atenção de diversas lideranças políticas, entre elas os deputados federais Luciana Santos (PCdoB) e Fernando Ferro (PT), nomes que se posicionaram a favor do movimento #OcupeEstelita. A nota de Luciano Siqueira, no entanto, vai de encontro ao posicionamento adotado publicamente por Geraldo Júlio, que, no início da polêmica, emudeceu. Entretanto, confrontado publicamente por um manifestante, disse que, como prefeito, quase nada poderia fazer, atribuindo a responsabilidade única e exclusivamente à justiça. Este, portanto, pode ser o primeiro embate entre vice e prefeito, uma vez que, muito além da boa vontade está o jogo político e uma gama de empresários que, juntos, destinaram mais de R$ 500 mil aos cofres do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Leia a íntegra da nota emitida pelo vice-prefeito:“O PCdoB valoriza o processo democrático e defende a busca de soluções para o impasse quanto ao uso do território do Cais José Estelita, assim como a ocupação do terreno ao lado da linha férrea no Cabanga, no Recife, o que exige diálogo entre poder público e sociedade sobre a cidade que queremos construir. O Projeto Novo Recife simboliza os impasses vividos nas metrópoles brasileiras. É retrato do modelo de desenvolvimento que, ao longo da história, nos legou crescimento econômico, concentração de renda e imensas desigualdades, com um processo de urbanização que resultou na segregação dos condomínios e das periferias superpovoadas e entregues à própria sorte. O partido acredita que a legalidade ou não da tramitação do projeto Novo Recife deve ser julgada pela justiça. 

E confia que a participação dos comunistas na gestão municipal desde o ano 2000, com quadros partidários que gozam da mais absoluta seriedade e espírito público, ajuda a consolidar avanços e direitos sociais importantes. Mas o PCdoB não se furta a afirmar: a lei e a vontade do poder público não são suficientes para garantir o desenvolvimento urbano inclusivo. Por isso, se a população assim deseja discutir as demandas urbanas cabe em qualquer tempo, em qualquer gestão, e ajuda na elaboração de ideias e caminhos para uma cidade mais humanizada. Questões como melhoria nas condições de moradia, mobilidade urbana, saneamento ambiental, entre outras, tornam-se centrais. Isso exige que os governos, em todas as esferas, repensem políticas de desenvolvimento. É preciso um novo pacto político que garanta o êxito de reformas estruturais, entre elas a reforma urbana. O PCdoB expressa sua confiança de que o prefeito Geraldo Julio escutará o clamor das ruas e das redes sociais, possibilitando que sociedade e poder público compartilhem a ideia de que o direito à cidade deve ser vivenciado por todos no presente, preservado para todos no futuro e executado de forma democrática e participativa.

Recife, 31 de maio de 2014
PCdoB / Partido Comunista do Brasil
Comitê Municipal do Recife.”

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