Letícia Fucuchima
O presidente Jair Bolsonaro reconheceu que o governo tem tido
dificuldade em montar uma base no Congresso para aprovar a proposta de reforma da Previdência
e disse acreditar que ainda não tem os 308 votos necessários para
aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) no plenário da Câmara,
mas afirmou que parlamentares "reticentes estão cedendo".
Segundo Bolsonaro, embora "uma minoria" dos deputados seja contrária
às mudanças nas regras de aposentadoria, o desgaste político é um
impeditivo para que o projeto angarie maior apoio. "Os governadores
dizem que querem aprovar a reforma, mas que têm dificuldade com suas
bancadas", disse o presidente em entrevista ao Programa do Ratinho, do SBT, exibida na noite desta terça-feira, 4. O programa foi gravado no dia 27, nos estúdios do SBT em São Paulo.
Perguntado
se a tramitação do projeto tem "demorado", Bolsonaro destacou que a
Câmara está cumprindo os prazos regimentais, apesar dos "ruídos", e
enfatizou que está à disposição do Parlamento para discutir a reforma.
Na
conversa com Ratinho, o presidente disse ainda confiar que a aprovação
da reforma da Previdência destravará investimentos no Brasil.
"Demonstrando que fizemos o dever de casa, o recurso vem."
No programa, Bolsonaro e o apresentador buscaram destacar os benefícios aos trabalhadores pretendidos com a reforma
e tirar dúvidas da população em relação ao projeto. Também abordaram
argumentos comumente usados para refutar a necessidade da reforma, como a
dívida de empresas com a Previdência. "Estamos trabalhando nesse
sentido (de cobrar das empresas)", disse Bolsonaro, citando medidas
judiciais. Em seguida, Ratinho defendeu que isso já deveria ter sido
resolvido por governos anteriores e reforçou: "Quem está cobrando é a
equipe do Bolsonaro".
ONGs e projeto anticrime
Embora
a pauta da Previdência tenha predominado, o presidente comentou ainda
sobre outras propostas de seu governo. Ele reiterou a intenção de cortas
verbas a ONGs que não são "bem intencionadas", como aquelas que
"alimentam o Movimento Sem Terra (MST)". "Na Amazônia, tem mais ONG que índio", disse.
Sobre
segurança pública, Bolsonaro saiu em defesa dos decretos sobre posse e
porte de armas de fogo editados por seu governo. Questionado sobre a
questão do excludente de ilicitude, que consta no projeto anticrime do ministro Sérgio Moro,
Bolsonaro respondeu que "se nós colocarmos armas nas mãos da polícia
militar, é para usar". "Se não é para usar, deixa em casa!",
acrescentou.
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