Quando entrar em campo com a seleção brasileira nesta
quarta-feira, às 21h30, em amistoso contra o Catar, no Mané Garrincha,
em Brasília, Neymar verá um filme passar por sua cabeça. Além do
turbilhão que atravessa em meio à acusação de estupro, seu primeiro jogo desde a denúncia acontecerá em um palco que lhe traz muitas e diferentes lembranças.
Se
a reação da torcida nesta noite será incerta, mediante as dúvidas que
ainda permeiam o caso que marcou os últimos dias do time do Brasil,
Neymar sabe que já viveu um pouco de tudo em Brasília: do choro da
despedida do futebol brasileiro ao brilho e até vaias.
A história do hoje astro do PSG com
o estádio começou em junho de 2013, no que foi só o segundo jogo do
Mané Garrincha reformado para a Copa do Mundo. Em empate em 0 a 0 com o Flamengo, Neymar deu adeus ao Santos, dias após ser oficialmente vendido ao Barcelona.
O
momento que mais chamou a atenção naquela ocasião, contudo, aconteceu
antes de a bola rolar: durante a execução do hino nacional, o atacante
chorou, pensando na despedida.
Só que não demorou para que Neymar
voltasse a pisar no gramado brasiliense. Naquele mesmo mês de junho, o
Brasil estreou na Copa das Confederações no Mané Garrincha e arrancou
para o título com vitória por 3 a 0. O gol que abriu o placar foi do
astro.
Nas duas vezes seguintes que retornou à Brasília, Neymar
também não soube o que era passar em branco. Em amistoso contra a
Austrália, ainda em 2013, goleada de 6 a 0, marcou uma vez; já na Copa
do Mundo de 2014, comandou vitória sobre Camarões com dois tentos.
Foi
só em 2016 que o jogador conheceu o outro lado do Mané Garrincha. Na
campanha que acabaria com a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos
do Rio 2016, o início foi com dois fiascos, ambos diante da torcida
brasiliense, com empates sem gols com África do Sul e Iraque.
Já
na primeira partida, o público presente esboçou vaias ao time que tinha
Neymar como capitão. As reclamações ganharam ainda mais força com a
segunda igualdade, que deixou o Brasil em situação delicada na fase
inicial do torneio. Foi depois desses jogos que, naquela Olimpíada,
muitos torcedores riscaram nomes do astro para substituir por Marta.
Embora
tenha algumas, nenhuma das experiências anteriores de Neymar no Mané
Garrincha é comparável à que o espera nesta quarta. Afinal, será a
primeira vez que encara torcedores e jogadores adversários desde que foi
acusado de estupro na última sexta-feira.
Na chegada à Brasília, com a seleção, a recepção foi a melhor possível. O astro foi o jogador mais aclamado pelos pouco mais de 50 torcedores que compareceram à chegada da delegação ao hotel em que ficará hospedada. Resta saber se será assim também no Mané Garrincha, um palco que Neymar conhece bem
FICHA TÉCNICA
BRASIL x CATAR
Local: Mané Garrincha, Brasília (DF)
Data: 5 de junho de 2019, quarta-feira
Horário: 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Jose Argote (VEN)
Assistentes: Lubin Torrealba (VEN) e Franchescoly Chacón (VEN)
Brasil: Ederson,
Daniel Alves, Marquinhos, Miranda, Filipe Luis, Casemiro, Arthur,
Philippe Coutinho, Neymar, Richarlison e Gabriel Jesus
Técnico: Tite
Catar: Saad
Al-Sheeb, Abdelkarim Hassan, Bassam Hisham, Boualem Khoukhi, Pedro
Miguel, Tareq Salman, Assim Madibo, Abdulaziz Hatem, Akram Afif, Hasan
Al-Haydos e Almoez Ali
Técnico: Félix Sánchez
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