A Guarda Civil espanhola deteve nesta terça-feira no aeroporto de
Sevilha o militar brasileiro Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, que
havia transportado 39 quilos de cocaína em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) integrado à comitiva do presidente Jair Bolsonaro, segundo confirmaram fontes da corporação policial ao EL PAÍS.
A prisão do sargento da FAB ocorreu durante uma escala do avião reserva da presidência em Sevilha, no sul da Espanha, rumo a Osaka, onde Bolsonaro participará da reunião do G-20.
O ministério brasileiro de Defesa emitiu nota confirmando a detenção do
militar por tráfico de entorpecentes, e anunciou a abertura de um
inquérito para apurar o ocorrido. Bolsonaro também escreveu um tuíte
sobre o fato.
Fontes da Guarda Civil disseram que a detecção da
droga e a posterior detenção do militar ocorreram quando os membros da
tripulação e suas bagagens passaram pelo controle alfandegário
obrigatório após a chegada a Sevilha.
Ao abrir a mala de mão os agentes encontraram 37 tijolos de pouco mais
de um quilo cada. "Não estava nem mesmo escondido entre as roupas",
disseram fontes da Guarda. As autoridades da Espanha agora querem saber
qual era o destino final da droga.
O militar foi levado para o comando da Guarda Civil na capital
andaluza. Nesta quarta-feira, o Tribunal de Instrução número 11 de
Sevilha ordenou nesta quarta-feira a prisão provisória do militar, sem
fiança. Inicialmente, ele está sendo investigado por um suposto crime
contra a saúde pública.
O Ministério da Defesa disse em seu
comunicado que “repudia” os atos do militar e que colaborará com as
autoridades espanholas na investigação. No Twitter, Bolsonaro disse que
pediu ao ministro da Defesa que preste "imediata colaboração" à polícia
espanhola
Após o incidente em Sevilha, a Presidência alterou a rota da viagem de Bolsonaro ao Japão, segundo o portal UOL. Após decolar de Brasília, Bolsonaro fará escala em Lisboa
em vez de Sevilha, segundo constava na sua agenda no final da noite de
terça. O gabinete de imprensa do presidente não explicou o motivo da
mudança.
Não é a primeira vez que membros da Aeronáutica usam sua
condição de militares para traficar drogas. Em abril, o Tribunal
Superior Militar decretou a expulsão da corporação de um comandante pelo
transporte de 33 quilos de cocaína numa aeronave militar que se dirigia
à França com escala nas ilhas Canárias. Outros dois colegas do
comandante já tinham perdido o posto por sua participação no caso,
ocorrido em 1999. O comandante foi condenado a 16 anos da prisão por
integrar “uma rede especializada no tráfico internacional de cocaína"
com a ajuda de aviões da FAB.
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