Em nota, o Padre Antonio Malan de
Carvalho, administrador diocesano, encaminhou nesta terça-feira(22) a
sociedade local, esclarecimento onde tece comentários ao conteúdo da
carta do Bispo Emérito de Petrolina, Frei Paulo Cardoso, que se
posicionou contrario a construção de um Centro Comercial no espaço onde
está edificado o prédio do Palácio Diocesano de Petrolina.
Para o Padre Malan, os fatos já estão
sendo esclarecidos e a história não é como foi colocada nos últimos
dias. Acompanhe a nota e as informações postadas por ele. (Com informação do Blog do Vinicius de Santana).
Padre Malan
Aos estimados irmãos e irmãs da Diocese de Petrolina
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8, 32).
Diante das recentes publicações de D.
Paulo Cardoso, sobretudo nas redes sociais, somos obrigados a nos
pronunciar, não sem um grande constrangimento, por tratar-se de um bispo
da nossa Mãe Igreja. Mesmo sendo bispo emérito, sempre tivemos por D.
Paulo todo respeito e atenção. Ocorre que um bispo, por ofício, por amor
e vocação tem o dever de zelar, em qualquer circunstância, pela unidade
da Igreja. Não é razoável, nem cristão, sequer sugerir, quanto mais
favorecer e/ou alimentar divisões na Igreja de Jesus Cristo que, afinal,
pediu em oração: “para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17, 21).
A exposição dos assuntos eclesiais e
administrativos da Diocese, como foi feita, causa profundo mal-estar em
todo o corpo eclesial da Diocese. Repito: é constrangedor e dói
profundamente na nossa alma cristã e católica, admitir publicamente que
ficamos perplexos e decepcionados com as publicações recentes, até
porque, como bispo diocesano durante 27 anos, D. Paulo sempre mereceu do
seu presbitério amor, respeito e colaboração, como deve ser, entre o
Bispo e o seu clero.
Constrangidos, sentimos também, no
momento, muito arrependimento por não termos buscado antes, com D.
Paulo, uma correção fraterna, como, aliás, o Evangelho nos ensina.
Motivos, não faltaram. Baste-nos, no momento, recordar a conhecida
postura de D. Paulo em relação à reforma da Catedral e da Igreja Matriz.
Se dependesse dele, certamente a nossa Catedral não estaria como está
agora, em todo o seu esplendor e beleza; tampouco a Igreja Matriz teria
recebido o tratamento que recebeu recentemente. Quem tem olhos, olhe,
veja!
Com a devida atenção, não é difícil
perceber que as recentes publicações de D. Paulo seguem a mesma lógica: o
que é bom e belo é, no seu entender, apenas luxo, daí a sua oposição.
A argumentação de zelo pelo patrimônio
histórico é incompatível com a omissão em relação aos efeitos do tempo
nas construções. Ora, neste sentido, as construções da Igreja não são
diferentes das outras construções: elas também sofrem o desgaste do
tempo. Não cremos ser necessário elencar estes desgastes em nossas
construções que, em 27 anos de governo de D. Paulo não mereceram nenhuma
ação precisa de restauração e conservação; a situação da Catedral era
crítica, bem como a da Matriz, do Palácio e do Palacinho (mais histórico
do que o próprio Palácio, considerando que foi a primeira residência do
Bispo diocesano!).
Pena que a população não tenha
conhecimento de tudo. Teria sido de grande valia se todos pudessem, ao
menos uma vez, ter entrado no Palácio nos últimos anos, percorrendo
algumas dependências e, sobretudo, a famosa área onde pretendemos
construir. Para quem não sabe, ali havia apenas gatos de rua, muitos
insetos e lixo acumulado, com sérios riscos à nossa saúde. Tudo isto, ao
lado de quatro mangueiras e um pé de seriguela, em meio ao
estacionamento reservado aos padres e funcionários. Valeria saber do
real estado de abandono do Palácio Diocesano. Valeria conhecer as
alterações inadequadas que, ao longo dos anos foram ali realizadas:
banheiros, lavanderia, cozinha, claustro, com muita “gambiarra” nas
instalações elétricas e também improvisações hidráulicas.
No entanto, o projeto em questão, tão
criticado, prevê a restauração responsável, mediante análise de quem
entende: arquitetos, designers, engenheiros e outras pessoas do ramo.
Estamos trabalhando na rede elétrica e hidráulica, sem “gambiarras”.
Estamos tirando o lixo, separando o que pode ser útil e acomodando num
depósito construído em outra área da Diocese. Com isto, estamos
liberando pelo menos duas grandes dependências do Palácio que estavam,
até então, sendo utilizadas como depósitos, cheios de entulhos e coisas
imprestáveis. Estas dependências serão, com a nossa intervenção, o
Economato, incluindo o Setor Pessoal da Administração, e um Secretariado
de Pastoral. Quem conhece o mínimo de estrutura para funcionamento de
uma Diocese, sabe da importância destes espaços.
O que dizer, ainda? Não, nós não somos
estúpidos! Estupidez e muito pessimismo seria admitir que, num projeto
que reúne bispo, padres, empresários e alguns profissionais (da área do
Direito, da construção civil), fossem todos, igualmente, desprovidos de
inteligência e bom senso. Alguém aposta nisto? Subestimar a capacidade
de quem pensa diferente é, no mínimo, presunção e orgulho.
Quanto a nós, os legítimos responsáveis
pela condução da nossa Diocese, a saber, Colégio de Consultores e
Administrador diocesano, até que seja eleito e tome posse o novo Bispo
diocesano, temos suficiente conhecimento sobre o valor histórico e
afetivo do nosso patrimônio. E aquilo que nós não sabemos, até porque
não somos donos da verdade, temos a humildade para consultar quem sabe. E
isto, no caso em questão, foi feito, tenham todos a mais absoluta
certeza.
A propósito, é fundamental que a população leia com atenção o texto anexo – Aspectos técnicos do Projeto.
Acima de tudo, convém compreender onde queremos chegar: devolver à
população, principalmente aos católicos, o Palácio diocesano restaurado e
digno do seu fundador, D. Malan. Quer dizer: o Palácio continuará com a
mesma estrutura e no mesmo lugar, mas com condições de voltar a ser a
residência do Bispo, se assim o futuro Bispo preferir. No que depender
do clero, o Bispo que vier terá o direito de escolher sobre a sua
residência.
É preciso insistir: muito do que foi
divulgado antes é falso; são muitas inverdades que, arquitetadas como
foram, só criam animosidade e divisão, influenciando, negativamente, a
opinião pública. Que fique bem claro: nunca, entre nós, foi cogitado
vender o Palácio! Aqui vale recordar que, numa outra ocasião – não faz
muito tempo – saiu um boato que a Diocese estava arrendando a Emissora
Rural à Prefeitura! Todos sabem, agora, o que aconteceu realmente! Tudo
não passou de boato, conversa “sem pé nem cabeça”. Com que intenção?
Sabe Deus!
Para além do que foi dito (mesmo que
ainda não seja tudo), cremos que, bem acima de tudo, está Deus.
Portanto, caros irmãos e irmãs, permitam valermo-nos desta para recordar
que não vale a pena ficar amargurado nem triste. Amargura e tristeza
não combinam com a luz do Espírito Santo. Tenhamos fé: a Providência não
nos faltará!
Quem tem fé, continue rezando: por D.
Paulo – ele é nosso irmão! Por D. Manoel, por gratidão, pelo seu zelo de
pastor. Pela eleição do novo Bispo, sobretudo para que não demore
muito. Por todos nós, para que, como rebanho, saibamos cultivar e
praticar as virtudes da humildade e da obediência ao pastor.
Enfim, diletos irmãos e irmãs,
empreguemos toda a nossa inteligência, nossas energias, nosso amor à
Igreja e, sobretudo a nossa fé cristã, a fé batismal, pela qual fomos
inseridos na Igreja, para edificar e unir.
Esforcemo-nos para sermos, realmente, Povo de Deus. Seguramente, se nos
aplicarmos no verdadeiro amor, a Deus e aos irmãos, não estaremos longe
do Reino de Deus (cf. Mc 12, 28-34) e sim, bem próximos da Verdade e da sua santa vontade!
Deus abençoe a cada um de nós; Deus abençoe as famílias; Deus abençoe a nossa Diocese.
– Nossa Senhora Rainha dos Anjos, intercedei por nós!
Petrolina, 22 de agosto de 2017
Pe. Antonio Malan de Carvalho
Petrolinense, de nascimento e de coração, Graças a Deus!
ADMINISTRADOR DIOCESANO
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