
(Noticias Uol)
O presidente Michel Temer (PMDB)
oficializou nesta quarta-feira (8) a troca do diretor-geral da Polícia
Federal, Leandro Daiello, pelo delegado Fernando Segóvia,
ex-superintendente da PF no Maranhão.
Daiello estava à frente da PF desde 2011
e sua saída estava sendo negociada desde o início do governo Temer.
Daiello assumiu a PF ainda no primeiro mandato do governo da então
presidente Dilma Rousseff (PT) e é um dos mais longevos da história da
instituição.
Em
nota, o Ministério da Justiça agradeceu Daiello e oficializou a
mudança. “O Ministério da Justiça comunica que o senhor Presidente da
República escolheu nomear o Delegado Fernando Segóvia como novo
diretor-geral do Departamento de Polícia Federal. Nesta mesma
oportunidade, o ministro da Justiça expressa ao Delegado Leandro Daiello
seu agradecimento pessoal e institucional pela competente e admirável
administração da Polícia Federal nos últimos seis anos e dez meses.”
Leandro Daiello Coimbra dirige a PF desde 2011
Antes de assumir a PF, Segóvia dirigiu o Sistema Nacional de Armas,
responsável por controlar armas de fogo em posse da população; comandou a
operação Upatakon 3 na reserva indígena Raposa do Sol, em Roraima, que
retirou não-índios do local; foi adido da PF na África do Sul e
coordenador de administração da corporação em Brasília; e comandou a
Superintendência da Polícia Federal no Maranhão entre agosto de 2008 e
junho de 2011.
Segundo o MJ, Fernando Segóvia é “advogado formado pela Universidade
de Brasília, com experiência de 22 anos na carreira. Foi superintendente
regional da PF no Maranhão e adido policial na República da África do
Sul, tendo exercido parcela importante de sua carreira em diferentes
funções de inteligência nas fronteiras do Brasil”.
Entre as Operações conduzidas por Seg[ovia, estão a Rapina III, que
prendeu 24 pessoas envolvidas em um esquema de fraudes em contratos
públicos nas áreas de saúde e educação, que agiam em três cidades do
interior do Maranhão. Durante um ano e meio de investigações, os agentes
apuraram desvio de R$ 30 milhões dos cofres públicos. A operação da PF
atingiu três municípios onde as fraudes teriam ocorrido – Imperatriz,
Ribamar Fiquene e Senador La Rocque – e também a capital, São Luís.
Negociações para troca se arrastam há meses
As negociações para a troca de direção na PF estavam sendo feitas
entre o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o próprio Daiello, que
relatava cansaço e dizia que queria se aposentar.
Em setembro, Torquato Jardim disse que já estava com a lista de três indicados para substituir Daiello.
Em entrevista à época, Torquato disse que o trabalho da corporação
seguirá o mesmo padrão de hoje. “A troca das pessoas será irrelevante,
seja no Ministério da Justiça, seja na Polícia Federal, seja onde for”,
afirmou a uma rádio. “São três nomes, não posso divulgar. Um deles,
obviamente, é o delegado Rogério Galloro [número 2 de Daiello], que é o
diretor executivo, tem viajado bastante comigo, ajudado muito na
concepção desse plano. Ele e Daiello são os dois mais próximos e mais
importantes com os quais eu trabalho na Polícia Federal”, afirmou.
Segundo a ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia
Federal), a lista tríplice defendida pela corporação não relacionava
Segóvia. Os eleitos por mais de 1,3 mil delegados haviam sido Erika
Marena, Rodrigo Teixeira e Marcelo Freitas. Segundo a entidade, a lista
tríplice oficial foi encaminhada à Presidência da República em meados de
2016. A ADPF não reconhece a lista tríplice do governo, que teria os nomes de Segóvia, Galloro e Luiz Pontel de Souza.
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